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Archive for 30 de março de 2013

dilema.

Era uma tarde nublada e ela já não esperava grandes novidades para mudar a rotina do resto do seu dia. Depois de ter passado a metade do dia deitava, ouvindo aquelas músicas para chorar e alimentar a dor, o telefone tocou. Era um número desconhecido, ou melhor, conhecido até, mas não salvo na agenda. Atendeu com aquele “alô” morto e quase travado. Do outro lado, uma voz sorridente e cheia de vida disse “alô pequena!” e o coração dela quase sai pela boca. Era aquela voz que sempre fazia com que os sorrisos dela fossem maiores. Era a voz dele.

Por um instante, ela até esqueceu a dor. Esqueceu que um outro alguém tinha quebrado o seu coração e estourado o balãozinho dos sonhos. Ela enxugou as lágrimas e respondeu como antigamente respondia. Começou alí uma conversa saudável e nostálgica. Um remédio para a dor. E entre uma novidade e outra, ela tentava lembrar do motivo que levou à separação dos dois. E logo lembrou! Não existiu um motivo relevante. Ela simplesmente fez a escolha errada. E por isso, estava alí com os olhos vermelhos de tanto chorar. Ela tinha essa mania louca de sentir prazer em quebrar a cara e em dá o seu coração para não quer guardá-lo.

E no meio dessa confusão interna, dela com ela mesmo, reaparece uma base ou um lenço em forma de telefonema. Desequilibrada e sem muita reação ainda, ela pede só mais um dia para reencontrar de uma vez com a felicidade jogada fora. Ela pede um tempo mais para sentir essa agonia e depois cair de cabeça e apostar  as fichas naquela voz que aliviara a sua angústia. Ela, no fundo, ainda teme que isso aconteça novamente e que essa voz do passado, seja apenas uma miragem. Uma criação da sua mente para não sofrer já que anda tão frágil e cheia de finais infelizes.

Ela desligou o telefone e ele mandou uma mensagem dizendo que esperaria o tempo dela, mas que ela não pedisse para que ele deixasse de pensar nela. Ela sorriu. Sim, ela sorriu e respondeu a mensagem com um coraçãozinho. Depois disso, ela voltou para sua cama e novamente entrou no mundo das lágrimas, prometendo que era uma despedida; prometendo que amanhã ela estaria mais radiante que o sol e com o rosto cheio de vida.

Só amanhã. Hoje não.

Dialética

 

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