Do mesmo jeito que eu decido ser feliz e ser totalmente livre desse sentimento angustiante que me corrói, eu acabo mergulhando na mais profunda certeza de que a felicidade é um grande lapso. Tô precisando me refugiar em meus próprios pensamentos e alí ficar por um vasto tempo até que a tempestade passe… Assim, não irei correr o risco de maiores decepções.
Por logos meses e tentei lutar contra um sentimento que começara a despertar dentro do meu peito como quem afasta-se do pecado mortal. Por um vasto tempo eu tentei atribuir valores aos insignificantes acasos como um meio de enganar ao meu próprio ego e, frustadamente, fracassei. E mais uma vez tô vivendo um filme que eu já sei o final. Eu e esse meu gerúndio maldito. Eu e esses verbos não finalizados. Vivendo, andando, pensando, sentindo e desistindo…
Eu queria que as coisas fossem mais simples. Que tudo tivesse uma solução prática e que as pessoas viessem com rótulos e contraindicações. Nunca me disseram que seria tão difícil ser mulher. Todas as teorias ensinadas não servem de nada. Não me ajudaram em nada. Continuo no mesmo círculo vicioso do nasce, cresce, quebra a cara e morre.
Não sei o que o dia de amanhã está me reservando, mas o meu desejo é apenas um dia calmo e sem grandes emoções. Preciso de dias normais. Nunca gostei de rotinas e de scripts, mas agora acho que vou rever meus conceitos. Parece que uma vida regrada gera menos impactos nocivos para a alma. Agora vou começar a anotar tudo numa agenda e seguir a risca. Além de anotar o que fazer no trabalho, comer e dormir, vou reservar uma hora do meu dia para tentar ser feliz. Para me fazer feliz.
Isso é o que importa. Só isso. Só Eu!